sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Homem Pássaro



































Vieste não sei de onde
Voando como um pássaro perdido
Rodando como um pião
Chegaste durante uma noite
Em que o teu nome era solidão
Vieste com sede
Com fome
De amor
Loucura
Paixão
Deixou-me sem palavras
Sem ar
Com um aperto no coração
Queres me tirar do eixo?
Deixar-me sem dormir?
Fazer o meu dia se transformar em noite
E a noite o mais longo dos meus dias?
Tirar o ar que respiro e perder a calma?
Queres me torturar ainda mais ao imaginar esse encontro de magia e êxtase que me tira do chão e me faz tremer?
Pudera eu agora ser uma bruxa e voar em minha vassoura e salvar o homem que se transformou em um pássaro que está perdido em sua solidão.
E ao encontrá-lo saciar sua sede com volúpia e paixão, oferecendo água fresca em minha taça para que este homem - pássaro não se sinta mais perdido na noite, pois encontrou em meu ventre sua morada de carne e está preso em meu cordão...
E após saciar sua sede e triunfar com loucura a dor em amor,
O homem já não é mais como o pássaro que se sente perdido e roda como um pião, pois agora está preso aos laços do meu coração!

Maribel Santos
“Minha boca, janela da minha alma”.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Acorrente-se


Acorrente-se

Em busca de palavras
Encontro-te aqui
Tu que prouras a arte do encontro
Entre a música, imagens e a poesia
O cheiro da fumaça
O encanto do fogão à lenha
Encontro-te aqui
Mio Modigliani
Entre memórias
E sentimentos
Desejos...
Então serei para ti
Simone, Olga, Penélope, Cora...
Serei maga...
Serei santa...
Serei as tantas outras que quiseres
Que eu seja
Serei tua palavra
Que para mim é sagrada
Traga-me luz
Pele arrepiada
Traga-me o teu olhar
O teu sorriso
O teu silêncio
Traga-me sonhos
Calor, beijos em flor
Traga-me o perfume
O teu, para que fique em mim
Deixe-se levar pelo encanto
Do aqui e agora
Abraça-me forte
Sinta o meu corpo vibrar
Ouça o meu coração bater
E quando desejar ir
Que vá
Deixo-te ir
Sem medo
Pois sei
Que tu voltarás
Virá como um pássaro
De asas abertas
E cantando de feliz
Sentiremos juntos
O gosto do doce e do sal
E ao som de Cartola
Deixe que o barro escorra
De tuas hábeis mãos
E que brote o teu sentir o teu pulsar
Venha...
Acorrente-se
Mesmo que seja
De longe
De leve
Mesmo que seja
Por alguns segundos
Prenda-se em mim
Acorrente-se

Maribel Santos
 Minha boca, janela da minha alma.”