domingo, 22 de abril de 2012

Poeta da cor


Poeta da cor

Um olhar
O teu 
Chamou-me, gritou, pediu 
Seduziu-me
Silenciosamente me chamaste
Docemente, me encantaste
De onde vens?
Quem és tu, que me rouba o meu sono?
Quem és tu, que diz sem dizer?
 De um traço, um risco me desfaço
Em ti é que me acho
Na linha, no verso
Na tela que pintas
Na chama da vela
Que ilumina
Um rosto
Um corpo
Um olhar
Uma boca
Uma cor
A arte que se faz arte
Uma mistura
De ti
De mim
De nós
Desejos ocultos
Do sentir
Do querer
Do ter
Quem és tu, cavaleiro?
Um anjo?
Um arteiro?
Um encantador de almas?
Sim, és um poeta da cor, que faz do pincel
O teu aliado de fé 
Que pintas o céu da cor do mel
E faz de uma pequena folha de papel 
Um reino encantado
De cores e sabores 
Encantas-me, me seduz!!!
Quem és tu, que discretamente rouba-me  o pensar?
Faz-me sonhar com olhos abertos
E acreditar que mesmo de longe
Sem medo posso ficar
Oh, cavaleiro andante
Tu és um anjo?
Viestes de longe para me levar?
 Leva-me contigo
 E faz do meu pranto
O meu mais belo riso
E pintas em minha alma
A cor do amor 
E como se uma tela fosse
Assinas em letras miúdas
O teu nome
Mas para mim
Basta que escrevas:
Poeta da cor
És para mim
Um anjo
Que pintou meus olhos
E deixou em meus lábios
Um sorriso em flor

Maribel Santos
"Minha boca, janela da minha alma."